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ANÁLISE: Porque puxa a Mercedes um paraquedas?

Tem sido um dos assuntos da atualidade na Formula 1. A fraca performance de todas as equipas com motores Mercedes, tem de significar uma coisa só…este motor nasceu mal.

Mas e se não for bem assim, ou pelo menos, senão for apenas o motor?

Mas como assim?

Esta análise nasce das declarações de Toto Wolff. Falava de arrasto, do carro estar elevado, de terem que solucionar o bamboleio.

Mas voltamos às aulas de aerodinâmica. Neste carros, se aumentamos a altura ao solo, significa que estamos a gerar menos carga. Isto resolve o bamboleio, mas o carro tira menos rendimento dos túneis de Venturi.

Como estamos a gerar menos carga, então temos menos arrasto, deveríamos ter mais velocidade de ponta!

De onde vem este “O carro tem demasiado arrasto?”

Os famosos compromissos

Depois das declarações de Wolff, ficamos a pensar “ok, aqui há gato, temos de olhar para os carros”

*Inserir lâmpada a acender em cima da testa*

Claro! O compromisso! O W13 bamboleia mais do que uma escola de samba no Rio de Janeiro, e para evitar o fenómeno a Mercedes ainda não conseguiu encontrar melhor solução para além de levantar o carro.

Sim, mas até aqui já tínhamos chegado, dizem vocês e bem.

Carro levantado, menos carga, temos de a ir buscar a algum lado. Qual é o sítio mais fácil de gerar carga num carro de Formula 1?

Se estão a pensar nas asas…é precisamente isso! A Mercedes utiliza mais asa para compensar esse défice de downforce, consequência de andarem com uma altura ao chão mais alta.

E como usam mais asa…têm muito mais arrasto! Daí esse défice para com a Ferrari e RedBull.

Quão vísivel é?

Bastante ainda. Vejamos esta voto da primeira volta com os Mercedes, Ferrari e RedBull todos mais ao menos na mesma posição face à câmera fotográfica:

Largada do GP do Bahrein

Espanta o quão pouca asa a Ferrari utiliza, um sinal, possívelmente, de que perceberam muito bem o conceito destes novos carros.

Mas não é só na asa traseira, a dianteira também tem um ângulo de ataque mais pronunciado no Mercedes. As imagens não são as melhores, mas dão para terem uma ideia:

As diferenças entre as asas das 3 equipas mais rápidas no GP Bahrain

Conseguem ouvir?

É o som dos fãs da McLaren e da Aston Martin a correrem para ver se o McL36 e o AMR22 tinham um setup com muita asa.

Tenham calma, já vos respondemos:

Os enigmas da grelha?

Aston Martin: Sim! McLaren: Aparentemente não muita, mas ainda alguma.

Se olharmos para a corrida de cada uma das equipas podemos perceber, dentro da limitada informação disponível, as consequências da abordagem.

A Aston andou com bastante asa, isto leva a arrasto e por isso défice de performance em reta. No entanto, como conseguem gerar carga, é para eles mais fácil controlar os pneus. Isto foi evidente, por exemplo, no caso de Lance Stroll, faz todas as voltas da prova, excepto 7, de pneu macio.

Claro, o SC ajudou aqui, mas isto evidencia que o Aston Martin pelo menos parece ser meigo com os pneus e o carro está bem plantado ao chão.

A McLaren por seu lado ao usar menos asa pode ter dado prioridade à velocidade de ponta, mas isto pode ter significado o mau trato aos pneus. Ou melhor, a estranha escolha de começar de médios e calçar duros em seguida.

Sem carga o carro é menos estável em curvas de apoio, desliza no asfalto, desgasta pneu e portanto compromete a equipa nesse sentido.

Conclusão

Quando estas equipas conseguirem colocar os seus carros a funcionarem como é suposto, fazendo melhor uso dos Venturi, alguns dos problemas irão desaparecer.

Speed trap do GP do Bahrain

As velocidades de ponta infelizmente não garantem nenhuma conclusão devido às variáveis. Basta ver por exemplo os Ferrari, no fundo da Lista, mas claro, não tiveram praticamente DRS durante a prova. Não sabemos também a descarga feita pelos pilotos da energia elétrica na altura em que estas velocidades foram emdidas.

Também não descartam o pontos realçados aqui. E isso é o importante.

Ok, é certo, o motor Mercedes pode estar agora atrás do Ferrari, até do RBRPT, mas claramente esse não é o único problema do W13.

A nossa convicção é que será uma questão de tempo até as soluções começarem a aparecer, isto irá permitir à Mercedes colar o carro ao chão, gerar mais carga e assim usar menos asa

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