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F1: a crise dos mísseis de Jeddah

Sábado promete novidades

É madrugada em Portugal e amanhece em Jeddah quando escrevemos estas linhas. Até começar o dia por cá, é provável que muita coisa tenha acontecido entretanto – ou então continua tudo na mesma – mas aqui fica o resumo de um dos dias mais estranhos da história da Fórmula 1.

Ataque com míssil durante FP1

Não foi no circuito mas não foi longe. Durante a primeira sessão de treinos livres, Max Verstappen falou de um cheiro a queimado à equipa. Prontamente esclareceram que não havia nenhum problema com o carro. Do lado de fora, percebeu-se que tinha havido uma explosão nas proximidades do circuito.

Inicialmente falou-se num depósito de combustível da Aramco a 50 km da pista. Depois, falava-se em 30 km. Por fim, percebeu-se que o depósito era “ali ao lado”, a apenas 11 km do Circuito de Jeddah.

A causa, rapidamente se percebeu que foi um ataque com míssil ao depósito. A autoria do ataque foi reclamada pelos rebeldes Houti, do Yemen. O Yemen, recorde-se, está em guerra com a Arábia Saudita há quase sete anos.

Cheirou a queimado a Verstappen durante o FP1… mas não era nenhum carro.

Começaram as reuniões

A FIA rapidamente convocou uma reunião com os pilotos e responsáveis das equipas, entre as duas sessões de treinos livres. O programa das festas prosseguiu e realizou-se o FP2 mas havia muita incerteza no ar. E fumo. Muito fumo no ar, perfeitamente visível do circuito, devido à gigantesca explosão e subsequente incêndio causados pelo míssil.

Entretanto, os compromissos com a imprensa previstos para o final dos treinos livres foram todos cancelados. As questões de segurança pairavam no ar. Recorde-se que já o ano passado, durante a corrida de Fórmula E, um míssil proveniente de um ataque semelhante fora interceptado. Desta vez, o sistema de defesa falhou a intercessão, e muita gente questionava se haveria condições para correr.

As reuniões continuaram, com os responsáveis das equipas reunidos com os responsáveis da F1 e da FIA juntamente com a organização da corrida. Após uma reunião relativamente curta, foi anunciado que todos estavam satisfeitos com as garantias de segurança apresentadas e todo o programa de corridas mantinha-se de pé.

Pilotos discordam

Terminada a reunião dos directores de equipa, foi a vez dos pilotos se juntarem e discutirem entre si. A aparente unanimidade que existia não compareceu à reunião e a discussão arrastou-se. Eram quase 2h30 da manhã quando a reunião terminou. Foram mais de 4 horas de discussão, durante as quais se juntaram aos pilotos os responsáveis das equipas e as altas patentes da Fórmula 1, nomeadamente Stefano Domenicali e Ross Brawn.

Quando todos abandonaram a sala, foi anunciada uma conferência de imprensa para 30 minutos mais tarde (às 00h00 em Portugal). Entretanto, alguns dos intervenientes, como Christian Horner, foram dizendo a jornalistas que a decisão de correr se mantinha e o programa do Grande Prémio seguia dentro do previsto.

A reunião com os pilotos demorou mais de 4 horas

No entanto, à hora prevista para a conferência de imprensa, apenas tivemos a notícia de que esta tinha sido adiada para sábado de manhã.

A BBC Sport avança que, entre as razões que terão convencido os pilotos a correr, estaria “a dificuldade em sairem do país, se isso não acontecer”. Interpretem como quiserem.

A confirmar-se, é um óptimo lembrete (que não deveria ser preciso) de porque é que não se deve correr em países em guerra.

Certo é que, se houver mesmo corrida este domingo em Jeddah, o clima estará longe de ser festivo e o ambiente ao longo do fim de semana será, no mínimo, tenso.

Por agora, ficamos a aguardar as cenas dos próximos capítulos. Não deverão tardar.

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